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Mostrando postagens com o rótulo Comportamento

DE LISIANES & EUNICES

(Imagem: Mundo do Marketing)             O tempo é um dos deuses mais lindos, segundo a expressão cunhada por Caetano Veloso na canção “Oração ao tempo”. Sendo assim, ele tem a prerrogativa de construir e destruir na mesma medida, dependendo da perspectiva de cada um. Quem valoriza o próprio patrimônio, tem vida ativa e feliz, quem se entrega às circunstâncias, pode sofrer acidente fatal na curva do futuro. Enquanto adepto das formas perfeitas e das boas colocações pronominais e físicas, deixo aqui o meu protesto contra o desleixo de algumas mulheres que conheço.             A começar pela Lisiane. Quem te viu, quem te vê. Até outro dia, era um verdadeiro regalo para los ojos , combinação perfeita de tornozelos, pernas, quadris, torso e nariz apontando orgulhosamente para o céu; triunfava sem esforço sobre o trabalho modesto de vendedora; dava-lhe caráter e distinção...

OUVI NA RUA

            Tá difícil ler os jornais. É tanta notícia cabeluda que dá vontade de gritar como na música de Sérgio Britto: “Pare o mundo que eu quero descer!” Nem o Facebook escapa ileso, agora até o Mark Zuckerberg, seu criador, passou a acessar a rede com a câmera tapada com fita crepe - para não ser vigiado!              Tem hora que é preciso fugir das mídias que tentam nos governar e ir ver a gente em redor, gente comum – oh yeah! Como diria um amigo – como os que cruzam comigo quando atravesso a faixa de pedestres em direção à padaria.             Passo pelo ponto de táxi. Alguém grita para o taxista, escorado no carro:             - Sebastião, não fica olhando para cima, vai cair “reboque” no seu olho!        ...

Y LAS CHICAS SE VAN

(Imagem: www.gothling-academy.blogspot.com.br)             A Pantaleón le gustan las mujeres de sonrisa furtiva e ideas matemáticas, como no hay muchas cerca de aquí. Le dijo su amigo Condorcito:             - Las chicas, hay que saber mirarlas.             - Tú hablas como si fuera profesional.             - Soy amante de las formas, plasticidad y delirio.               - A mí me basta la imaginación.             - Es modesto, por cierto.             - Y un poco casto también.           Pero Condorcito no juega la toalla:      ...

MORTE AOS VIVOS E VIVA OS MORTOS!

  Plasmatics com Andy O. Williams, a comandante geral do caos ou pandemônio organizado. (Foto: youtube.com)               Quando o cabelo e o entusiasmo começam a ceder à lei da gravidade, é comum lembrar-se dos bons tempos que se foram, à luz dos quais os dias atuais parecem bregas e chochos.   Até na política já andam falando de bons tempos – saudades de Collor ou de FHC? - na arte e na música, nem se fala, depois que o mau gosto criou raízes, a pandemia do atraso bate à nossa porta como um tsunami.             São programinhas de tevê com dançarinas bombadas e cantores de meia-tigela. A caretice anda demais, meu amigo Astrildo, sobrevivente de épocas selvagens e hoje consultor de assuntos mundanos, declara:             - O que leva moças de família a treparem no varal desses boçais de três nota...

QUANTOS PROBLEMAS! VIVA OS PROBLEMAS!

  (Imagem: www.filosofiacienciaevida.uol.com.br)             Calma, não estou desejando calamidades a ninguém! Mas uma dorzinha aqui, um treco quebrado ali e um apertozinho financeiro não fazem mal a ninguém, muito pelo contrário. Não é a própria natureza que diz que o que não se usa, enferruja, carro apertado é que canta? As estações passam, da árvore ao eretus foram milhões de anos, não se pode desperdiçar a oportunidade, afinal, nascer humano é um imenso privilégio.             A tolice é prima da inércia, só se aprende a lição através de inúmeros enfrentamentos, nos quais nos deparamos com a natureza transitória das coisas e das relações. A alegria passageira, a sensação de segurança material, uma medíocre existência, talvez, frequentemente precipitada.              O mundo metafísico não está em n...

APERTEM OS PARAFUSOS, O FUTURO CHEGOU!

            Soa como uma crítica, mas é muito mais uma “joke”, uma “blague”, um “chiste”. Tem gente que levanta, escova os dentes e vai trabalhar. Eu aperto os parafusos. Foi a condição para passar dos trinta, essa idade mágica, fim dos sonhos para tantos, início da escravidão para alguns, filme de terror para outros. Continuar nessa marcha que não acaba nunca, vai uma vida, vem outra e o espírito não pode ficar zanzando pelo espaço etéreo sem uma carne humana a que se apegar. A existência terrena é uma simples passagem ou retorno, então, para que apressar a ida se logo estaremos de volta? Viajar a esmo pode cansar e a melhor forma de honrar a eternidade é morder a corda e não entregar os pontos antes que os órgãos vitais, coração, pulmão, tesão afrouxem de vez.             Vamos devagar com o andor que o santo é de carne e osso. Como uma árvore cuja casca enruga-se, cria estrias fundas como v...

DENTES PRA QUE LHES QUERO!

               “Croquer la vie à belles dents” é uma expressão francesa que significa viver intensamente, desfrutar da vida como se tivesse fome, mordê-la literalmente, com um dose de canibalismo tropical.               Os dentes são nossa vitrine para o mundo, têm mil e uma funções, inclusive a estética. Mas custa caro mantê-los brancos e reluzentes, harmônicos como o teclado de um piano. A maioria de nós tem pequenas imperfeições, coroas, próteses, implantes, obturações, pontes, roachs, dentaduras e dentes sisos. Antigamente, quando começavam a doer, eram logo extraídos e ficávamos com uma horrível sensação de incompletude, tão vasta quanto a vergonha de abrir um sorriso banguela. Mas, ainda hoje, com recursos suficientes para transformar qualquer draculina em uma modelo de propaganda, os problemas abundam. Que diria algumas de minhas amigas! A Margare...

VIZINHOS S. A.

               Fui tirar o carro da garagem e divisei um monte de entulho pelo retrovisor. Em frente ao terreno baldio, segundo lote à direita, pedaços de tijolos e cerâmica, restos de areia, cimento e brita. No dia seguinte, fiz a mesma manobra e o montinho tinha crescido com o acréscimo de alguns pedaços de madeira de demolição; no terceiro dia, apareceram troncos e galhos de plantas retirados do quintal de alguém e ali providencialmente despejado. O monte transbordou e se espalhou pela rua quando apareceram móveis velhos e portas comidas por cupins. Alguém aproveitou a chance e completou a pilha com papelão, sacolas plásticas e madeira de construção.            Ao investigar o caso, todos puseram a culpa na prefeitura, a começar pelo vizinho do lado:             - A caçamba da limpeza não passa há dois meses. A rua virou depósito de lixo. Que v...