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Mostrando postagens de maio, 2014

PÁSSAROS ENGAIOLADOS

              Desci na Estação Châtelet, na Rive Droite, margem direita do Sena, com destino ao mercado de pássaros que tradicionalmente se abre aos domingos no centro de Paris. Eu havia decidido por uma abordagem mais prudente desde que, na véspera, levara uma carreira de umas putas dos lados do Boulevard Saint-Martin. Tudo porque eu, turista afoito, bati uma foto um tanto  à la legère , sem pensar. Eu Explico:             Na Rive Droite, bem pertinho do centro, tem uns bairros populares muito interessantes. Por ali se cruza com estudantes, operários, turistas e imigrantes de variada plumagem. À medida que eu subia a Rua Montorgueil, a paisagem mudava subitamente: ora uma profusão de restaurantes, ora um mercado popular, ora umas mulheres exóticas - clic, clic, clic. Inocentemente virei uma esquina e entrei numa rua onde se praticava a venda do corpo, ofício antigo. Havia mais tipos femininos à escolha do que verduras em uma feira: africanas que brilhavam como ébano, loir

BACK IN 1985

            No início de 1985, os estudantes João Batista, de Matutina e Alberto, de Montes Claros, atravessaram o portão enferrujado que encerrava precariamente as dependências do MOFUCE – Movimento Fundação Casa do Estudante – no Bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte. Eles tinham como missão investigar as condições do local, que havia sido designado para invasão em reunião do Diretória Central dos Estudantes da UFMG, acontecida na véspera.             O lugar encontrava-se em péssimo estado. Ele servia de ponto de apoio para moradores de rua e afins, que o utilizavam como privada, depósito de bugigangas e motel. Os banheiros dos primeiro andar, únicos concluídos, estavam depredados e o mato tomava conta das áreas externas.              Alguns dias mais tarde, foi efetivada a ocupação do prédio, uma construção inacabada que deveria servir, como o próprio nome indica, de moradia para estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais. Na falta de uma moradia oficial