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Mostrando postagens de outubro, 2020

MORTE E VIDA DE LUIZ VIEIRA

  Lúcia, Luiz, Rose e eu.              Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres, escreveu Manuel Bandeira em um dos seus últimos poemas. O bardo teve um longo tempo para se preparar, após confrontar o fim com tenros dezessete anos de idade. Por isso é bom nos prevenirmos, o fim virá com ou sem motivo.             Para a maioria, morte é fato inédito , tristeza, esquecimento, solidão, vazio de coração raso e mente enrijecida pelo materialismo. No entanto, não era para ser assim.             Tão certa quanto o dia e a noite, deveríamos enfrentá-la sem comoções e até mesmo saudá-la como o poeta, por que não, sem mágoas, compreendendo que se trata apenas da passagem para outro nível, no qual a noção do tempo se desfaz.             Está no Eclesíastes: para tudo há um momento debaixo dos céus, tempo para nascer e tempo para morrer. Está na tradição budista, para a qual os fenômenos são dominados pela impermanência e vida e morte são inerentes e complementares, duas faces da