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A MORTE DO VENDEDOR DE PICOLÉ

(imagem: www.humortalouco.com.br)                     Esta cidade tem tanta coisa interessante! Um pó cinza escuro   que se deposita sobre os móveis, uma obra em cada esquina, muitas mulheres bonitas, vendedores e compradores de todos os tipos, policiais e viaturas. Todos trazem sua contribuição ao bem comum e dele se beneficiam, mas alguns se beneficiam mais do que trazem, como os larápios e os políticos. No caleidoscópio da malha social, vários tipos se cruzam e interagem, cada um buscando o seu próprio caminho. A cidade não é mãe, apenas madrasta: pode recompensar ou punir, mas jamais terá sentimentos. O chão onde se pisa é responsabilidade de cada um.             Ainda que o chão seja o mesmo para todos, os fortes, os fracos e os onissos. Automóveis, bicicletas, caçambas e pedestres. Vendedores ambulantes, entre os quais viceja a dura luta que as classes populares...

HUMILDADE

Francisco era operário em uma fábrica de tubos para construção. “Operário qualificado”, como dizia orgulhosamente, pois já tinham se passado os tempos duros de servente, e ele agora desenvolvia sua jornada sob os mandos da direção. Sobe! Desce! Avisa! Busca!             Em todos os seus projetos, aposentar-se naquele emprego era a prioridade. Contava os anos, somava as contribuições para a previdência, juntava as máquinas de sua futura oficina no quintal de casa, com a qual haveria de trabalhar até os dias finais da velhice.             Suas atitudes variavam segundo o lugar em que estava. Em casa, submetia a paciente mulher a um regime espartano, vivia às turras com os filhos adolescentes. Dizia: “Se pisarem no meu calo, dou o troco!”; “É do aproveito que o pobre vive”; “Só fiz escola primária, mas quero ver minha filha professora”.     ...