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A PAIXÃO POÉTICA DE FERREIRA GULLAR

Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo.          Meu primeiro contato com a poesia de Ferreira Gullar foi em 1981, ano em que foi publicada a coletânea Toda Poesia pela Civilização Brasileira, reunindo a produção do poeta de 1950 até aquela data.          Bons tempos: tudo tão ingênuo e utópico. Ingênuo porque ainda se acreditava em “revolução”, supondo com isso não apenas uma mudança no sistema econômico e social, mas também uma transformação das mentalidades e dos valores – em suma, acreditava-se que o homem ocidental poderia ser melhorado, pois ele seria “vítima” do sistema capitalista, que o condicionava e oprimia. Utópico porque os profetas do impossível abundavam, numa época em que os belos discursos valiam ouro e aqueles que tinham o dom da palavra eram admirados como verdadeiros ídolos. Alguns tinham o pé na era de paz e amor, cujos reflexos tardios ...