Não deve ser comum valer-se do blues para representar Buenos Aires. O tango, é óbvio, seria a tradução da verdadeira alma portenha. Mas o tango me é externo, admiro sua estética e teatralidade sem compartilhar seu sentimento. Enquanto que o blues é negro e está mais próximo de mim, que, como brasileiro, me vejo em parte assim. A melancolia das ruas retas e largas, um tanto desérticas à noite no mês de janeiro. Da cidade dos pedestres, plana e agradável ao olhar de quem caminha. Pouco a pouco, nos habituamos ao ritmo ágil e constante da marcha portenha, à qual se acrescentam como agradável surpresa muitas bicicletas e até patins e skates. Percorrer a Calle Florida à noite, da Plaza de Mayo à Plaza San Martin, cruzando com gatos e outros seres noturnos. Ou faz...