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Mostrando postagens com o rótulo João Batista Martins

HUMOR E PERFORMATIVIDADE DA LINGUAGEM de João Batista Martins

              Os linguistas são seres raros, desses que dissecam a língua como se fosse um porquinho da índia em um experimento de laboratório. Usam termos difíceis, próprios aos alquimistas (não tenho certeza, mas a verdade é que conheço linguística tanto quanto alquimia). Você pensaria que estão falando para extraterrestres, até descobrir que está por fora da língua pátria e confundiria um chiste com um uptaken, a ponto de não entender a graça que o doutor João Batista Martins aprontou desta vez.             Primeiro ele fez um doutorando no tema, usou geometria, os signos semiológicos do Barthes, o idealismo de Platão e outras mumunhas para falar de sua obsessão pelo humor enquanto linguagem. Mas, na refrega diária de um professor de escola pública, sobra pouco tempo para aventuras. Quando os alunos perdem o hábito do palavrão e buscam algo mais produtivo, como o dis...

O AMOR E OUTRAS TOLICES

Por João Batista Martins, doutor em Língua Portuguesa e Linguística pela PUC-MG.             “A persistência conduz ao sucesso”, isto está no livro das mutações.   E persistência, resiliência e mutação são com este autor. Bom humor também. Os narradores e os personagens de O Amor e Outras Tolices, segundo livro de Abrão Brito Lacerda, confirmam esse ethos que traduz a vida não como ela é, mas como poderia ser, com todos seus riscos, com a nobreza que Freud confere ao humor: essa fantástica capacidade humana de economizar sentimentos de dor.   Como no primeiro livro, o autor continua se divertindo ao escrever e com isso realimentando a alegria de recriar a vida, vivida, sonhada, inventada, lembrada, narrada.             Mas, literatura não é só entretenimento, há também um discurso, uma fala e uma reflexão posta na temática constante dos contos – nu...

A POESIA DE BRUNO LONTRA FAGUNDES E JOÃO BATISTA MARTINS

      Muitos dos meus amigos são poetas. Alguns escrevem, outros não. Alguns publicam ou já publicaram e outros nunca se atreveram. Várias publicações independentes - mimeografadas, xerocadas ou acabamento completo – encontram-se em minha biblioteca e gostaria de compartilhá-las, mostrando como, do fundo empoeirado de uma página, a matéria poética volta a reluzir, sempre que tocada.    Edilane, Bruno e Rose - Serra do Cipó, circa 1996       O primeiro é de Bruno Flávio Lontra Fagundes e foi extraído de publicação sem título de 1980: Inda resta um punhado de sol! Choveu ainda agora não sentes a terra úmida e as flores , não vês se vestem de perfumes, escondidas ainda, sairão já não vês? Pra lá é Minas! Conheço seus campos, seu cheiro de montanhas, seu gosto de saudades Rapaz, ainda resta um punhado de sol, resta sim. (semear os campos, colher as estradas, estrelas) sair cantando as luas a poesia d...