(Imagem: bonnesimages.com) O cientista social francês Paul Jorion lançou recentemente um livro ( Le dernier qui s’en va éteint la lumière , “O último a sair apague a luz”, Fayard, 2016) em que fala do iminente desaparecimento da espécie humana diante da monetarização da vida e da conversão de tudo em unidade contábeis. Como nesse campo as máquinas já se tornaram muito mais performáticas do que as pessoas, o lugar do ser humano no mundo está seriamente ameaçado, ele adverte. Para redimir essa crise existencial da espécie, ele propõe uma solução espiritual, através de uma religião “ateia”. Que um cientista recorra à religião para resolver um problema gerado pelo “progresso” é bastante curioso, mas não deixa de representar uma reação sintomática que identificamos em muitos pensadores de nossa época. Há quem afirme que o século XXI será ...