A furreca, com quatro alto-falantes abertos, anunciava imperiosamente a “chegada do Gran Circo de México nesta cidade – Feras, trapezistas, palhaços e mil, mil e uma atrações! O mágico Mefisto, os irmãos González, os maiores trapezistas do mundo! E a grande atração internacional: o Centauro!” O Centauro? O que raios isso queria dizer? Um desconhecido animal? Uma nova forma de ilusionismo? Um barco alado? “O centauro”, prosseguia o locutor, “a figura mais marcante, jamais vista nos picadeiros de todo o mundo. Ele transformará seus conceitos, elevará sua mente, despertará seu desejo.” Palavras portentosas demais para passarem despercebidas, sobretudo num lugar onde praticamente nada acontecia de novo desde a chegada do rádio de pilha, o qual havia despertado comentários assustados, tipo “mas quem é mesmo que está falando aí dentro?” ou des...