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Mostrando postagens de junho, 2019

EMARC 1979

Emarqueanos durante uma excursão, em frente ao hotel, em Valência, Bahia.                 Em mais um desses fenômenos Whatsapp, acaba de ser criado o grupo Emarc 1979, com o objetivo de celebrar a formatura dos Técnicos Agrícolas e Agrimensores daquela prestigiosa escola na safra 1978/79.             O evento tem despertado tamanho furor que você pode deparar com “209 mensagens não lidas” ao abrir o aplicativo. Quando uma foto é postada, a turba lança-se sobre ela para destrinchá-la e classificá-la no rol da memória coletiva, num verdadeiro ato de canibalismo.             Recordar é viver? Certamente, e vice-versa.               O passado é uma narrativa do presente, assim como nosso presente depende de nosso passado. Estes eixos se determinam mutuamente.   A começar pela suprema ironia de que só pode lembrar quem está vivo, quem foi para debaixo de sete palmos, pode, no máximo, ser lembrado. Nessa narrativa dos vivos, celebremos o bem maior que é ter amigos e sorrir.   

NO DESERTO COM MESCAL

Foto: flickr              Meu vizinho, o seu Mendes, não tinha visto para entrar nos States, então resolveu encarar a fronteira mexicana. Não foi por falta de aviso: a família implorou, os amigos preveniram sobre a fúria dos coiotes, capazes de devorar incautos em pleno deserto. Mas têm pessoas que não emendam, e seu Mendes era uma dessas. Não mandou mais notícias, provavelmente seu corpo está agora virando fóssil em uma cova rasa do planalto de Laredo.             Vem ao caso que eu acabo de completar sessenta anos, e virei, involuntariamente, conselheiro de pessoas de juízo mole, o que me leva a dedicar meu rico botim linguístico ao bem da humanidade sofredora. Valham-me, santespírito, efeitos alucinógenos do auasca, musas sem pudor! Antes que a verve desmedida seque, deitarei sobre o indefeso papel estas impressões sujas de digitais biométricas. O único problema de morrer é deixar a Maria aos cuidados pouco confiáveis de gente retrógrada.             Papai tá gagá de