Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo O Amor e Outras Tolices

PELA CIDADE

            Receber o feedback do leitor é tudo que o autor deseja. Ainda mais de um leitor fiel, que conhece suas histórias melhor do que você, que indaga sobre os personagens, os lugares, tece liames com outros campos. Eu afirmo que tudo é ficção, tenho péssima memória, esqueço nome de pessoas, lugares, eventos, tenho que me servir da imaginação para traçar linhas e delinear histórias. Além disso, não custa acreditar que sonhar é melhor do que viver e que a arte está alguns degraus acima da realidade, algo assim como uma taça de vinho que rompe o torpor da tarde de domingo, quando você pensa no fim e no que virá depois dele - inevitavelmente, a segunda-feira.               O leitor insiste, eu o perdoo. Está cada vez mais difícil encontrar histórias interessantes, todas já foram contadas e recontadas pelo cinema, esse narrador supremo do mundo moderno. De vez em q...

TOLICES?

Por Josefina Murta*             Li as 15 histórias da obra bem humorada “O Amor e Outras Tolices” pausadamente, degustando-a – como a ilustração convidativa da capa sugere e também porque leio 3 a 4 livros ao mesmo tempo.             Abrão Brito Lacerda, o autor, conheci-o nos idos de 83, na moradia estudantil de BH onde habitávamos e vivenciamos a cidade, o amor e os sonhos anarquistas da juventude de então. Abrão, baiano de Itarantim, historiador, professor, tradutor, blogueiro e escritor me surpreendeu com suas traquinagens linguísticas, remetendo-me à década de 80 como num turbilhão. Vieram-me imagens de lugares da capital mineira que jaziam engavetados na memória, como o Bar do Lulu, a antiga Fafich no bairro Santo Antônio, o Cine Pathé, as moradias ocupadas pelos estudantes e “becos” (moradores sem vínculo com a academia), chamadas de Mofuce e Borges, onde tudo...

O ESTIMADO LEITOR, E OUTRAS TOLICES DE AMOR ÀS LETRAS

Por France Gripp* LACERDA, Abrão Brito. O amor e outras tolices 1ª ed. – Maringá: Viseu, 2019.   “Paulo conheceu Joana, uma morena de olhos castanhos e cheiro de cravo, numa quermesse. Vê-se logo que isso foi há muito tempo, pois hoje só existem quermesses no interior do interior do Brasil e nos dicionários” (p.79). Assim se inicia o conto “O amor e outras tolices”, título que também o é do livro de Abrão Brito Lacerda, que é professor de idiomas, tradutor, blogueiro e autor também de Vento Sul (2012). Nota-se no trecho citado, que a primeira sentença convida o leitor a um passeio por uma tranquila paisagem de signos, mas a sentença seguinte faz com que essa expectativa se quebre. A ruptura desnorteia o leitor, que se vê assim, provocado ao humor e à ironia. Esses são alguns aspectos que modalizam o discurso narrativo do autor nesta coletânea de quinze contos. Juntos, o humor e a ironia fazem aflorar sorrisos na leitura, suavizam os efeitos dramáticos, dissimul...

O AMOR E OUTRAS TOLICES

Por João Batista Martins, doutor em Língua Portuguesa e Linguística pela PUC-MG.             “A persistência conduz ao sucesso”, isto está no livro das mutações.   E persistência, resiliência e mutação são com este autor. Bom humor também. Os narradores e os personagens de O Amor e Outras Tolices, segundo livro de Abrão Brito Lacerda, confirmam esse ethos que traduz a vida não como ela é, mas como poderia ser, com todos seus riscos, com a nobreza que Freud confere ao humor: essa fantástica capacidade humana de economizar sentimentos de dor.   Como no primeiro livro, o autor continua se divertindo ao escrever e com isso realimentando a alegria de recriar a vida, vivida, sonhada, inventada, lembrada, narrada.             Mas, literatura não é só entretenimento, há também um discurso, uma fala e uma reflexão posta na temática constante dos contos – nu...