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AS QUATRO ESTAÇÕES

          

     Há várias formas de viajar. Pode-se viajar através da imaginação ou no tempo. Pode-se também viajar assistindo à passagem das quatro estações, como um filme. Por isso convido-os a compartilhar alguns instantâneos captados da minha janela.

         Se somos mais felizes de manhã, como sugere uma pesquisa recente, a aurora de dedos de rosa surgindo matutina é o verdadeiro elixir da felicididade:

            Numa manhã de maio, com céu limpo, é assim que a cidade de Timóteo aparece à minha janela. Em frente está o CEFET, logo depois a rodoviária e, ao fundo, os fornos da usina siderúrgica:

            Á direita fica o centro comercial, numa vista de 180 graus:

         No final de junho, a neblina e o nevoeiro dão contiuidade ao friozinho da noite. A paisagem ganha tons de verde-claro:

                

         Em agosto, o ar e o mato estão secos, frequentemente acontecem incêndios que devoram boa parte da corbertura  vegetal do entorno da cidade, fazendo a cor mudar de marrom para cinza:

           Setembro, outubro, primavera. As primeiras chuvas renovam a natureza e trazem de volta os tons luxuriantes que caracterizam a vegetação tropical:

           As chuvas, aliás, são um espetáculo à parte, com trilha sonora e efeitos visuais próprios. O tempo fecha:

           O dia pode virar noite:

           E caem cordas do céu:

          No verão, a lua cheia aparece no final da tarde:

           No inverno, depois que escurece:

          Às vezes ela muda de posição no céu, mas sem perder o brilho:

          Quando não tem lua, predomina o silêncio da noite:

          Uma tarde de outubro, após as primeiras chuvas:

           E uma tarde de dezembro, sob a luz esplêndida do final da primavera:

         As nuvens são outro must. Vejam este Cumulonimbus (nome de gente narcisista) posando para a foto:

          Não satisfeito, ainda mandou raios em direção à terra:

          Por isso não me canso da aurora:

          Nem do astro rei:

           Muito menos da lua:

           Pelos dias nublados:

          Pelos dias de sol:

          Pelo crepúsculo e seus mistérios:

          Só tenho a dizer: obrigado!


Abrão Brito Lacerda







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