Pular para o conteúdo principal

VENTO SUL - A Infância das Histórias





Capa de VENTO SUL, meu primeiro livro impresso
  
Muitas histórias nascem na infância ou nela se inspiram, pois nada se assemelha mais ao ato de contar histórias do que a imaginação infantil. Tornar possível o impossível, inventar, subverter, mesclar, e assim ocupar a mente e sua fábrica de ideias em algo útil, pois mente ociosa é oficina do diabo.
Escrevo para dar sentido às ideias que trocam cotoveladas em minha mente. Mas também pelo prazer que emana da combinação livre das palavras, da possibilidade de fixar uma imagem e assim poder reparti-la indefinidamente, num exercício de liberdade compartilhado com o leitor.
Um caprichado projeto editorial deu ao livro beleza e distinção

Vento Sul, meu livro de estreia na literatura impressa, é composto de dezessete histórias que refletem o universo de minha infância, um universo que não existe mais, um mundo simples e pequeno, entre vila e fazenda. Mundo de jogos e descobertas, de experiências diretas com o tato, o olfato e a visão, assim como de muitos animais. Onde o mais insignificante evento, como a passagem de um circo mambembe, produzia efeitos alucinantes. 
Diagramação cuidadosa, tipos agradáveis de ler: nada foi deixado ao acaso


Algumas histórias apresentam o ponto de vista do menino, com a emoção e o frescor das primeiras experiências, outras têm a marca do adulto irônico, que olha para o passado para parodiá-lo.
São contos, talvez crônicas, um pouco de fábulas. Tentativas de recriar um gênero, pois escrever é contar, recontar, recriar. Um trabalho que passará agora pelo crivo do leitor, que tem o dom da lembrança e do esquecimento.
As histórias são intencionalmente curtas, para serem lidas em dez, quinze ou vinte minutos, de uma só vez. Têm um ritmo particular, que identifico como traços do meu estilo, são fluidas e objetivas. Criadas pelo prazer da escrita para o prazer da leitura.
Publicado em edição do autor através da Editora Scortecci de São Paulo, Vento Sul conta com ilustrações do artista plástico Romeu Célio, de Timóteo, Minas Gerais. Romeu foi um importante parceiro neste projeto e contribuiu com suas estampas para o visual dinâmico e bonito do livro. Uma apresentação gráfica agradável ao olhar e ao manuseio foi uma das preocupações desta edição.





Obrigado a todos que me têm lido neste blog, de propósito ou incidentalmente. Desejo-lhes ótimas viagens, literárias ou não.

©
Abrão Brito Lacerda
28/02/18

Comentários

  1. Olá Abrão, finalmente veio nos presentear com esse bela novidade de Natal. Sei o quanto o projeto é audacioso e merecido de toda essa audácia.
    A propósito, posso divulgá-lo em meu bog?
    Sucessos sempre!

    ResponderExcluir
  2. Salut, Zé,

    Será uma honra ser apresentado por você. Uma proposta: você divulga o livro primeiro; depois eu o apresento em seu blog com um texto meu. Ok? Pode divulgar meu e-mail de contato: abraobritolacerda@gmail.com.

    ResponderExcluir
  3. Combinado, estarei divulgando assim que entrar o novo ano. Novas e boas notícias para o novo ciclo que chegará!
    Abraço, Abrão!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Gostaria de deixar um comentário?

Postagens mais visitadas deste blog

IBIRAJÁ

            Ibirajá é uma vila do município de Itanhém, no Extremo-Sul da Bahia. Fica às margens do Rio Água Fria e possui um lindo sítio, entre montanhas e campos de verdura. Quem ali morou no auge de seu progresso, nos anos 1960 e 1970, impulsionado pela extração de jacarandá na mata atlântica e o garimpo de águas marinhas nas lavras do Salomão, jamais esqueceu. Era um lugar primitivo, onde se misturavam baianos, capixabas, libaneses e italianos. O orgulho nativo continua em alta com os atuais moradores, que mantêm um ativo grupo no Facebook.             Entre o Ibirajá e as Fazendas Reunidas Coqueiros, localizadas a 9 km a jusante do Rio Água Fria, passei minha infância. A força telúrica da visão infantil e a poesia intensa dos eventos nascidos da vida bruta de antanho inspiraram meu livro Vento Sul, que agora ganha um novo interesse, no momento em que publico o segu...

PAULO LEMINSKI: POESIA DO ACASO

Falarei do acaso para falar de Paulo Leminski (1944 – 1989), um dos poetas modernos que mais admiro e que leio com mais prazer. Pretendo transmitir um pouco da fruição que sinto ao ler seus poemas, como, por exemplo, o prazer do inesperado:          eu ontem tive a impressão que deus quis falar comigo         não lhe dei ouvidos quem sou eu para falar com deus? ele que cuide de seus assuntos eu cuido dos meus Você achou o poeta petulante demais? Ora, ele está apenas fingindo uma humildade que não possui, pois, enquanto artista, deve buscar o absoluto, o não dito. Deve rivalizar-se com Deus (seus assuntos são tão importantes quanto os do Criador, ora bolas!).          Acadêmicos e gente que adora esfolar o cérebro dirão que o acaso não existe, mesmo na arte, que tudo é obra de saber e técnica, etc., etc. Mas apreender o acaso é tudo que...

TU ES PLUS BELLE QUE LE CIEL ET LA MER: Un poème de Blaise Cendrars

             Feuille de titre, avec dessin de Tarsila do Amaral           C’était en 1983, je crois. J’étais chez un ami traducteur, avec qui je passais des heures à brûler des joins, essuyer des scotchs et rouler les mots à propos de tout et de rien. Une échappée belle dans sa bibliothèque et j’en suis sorti avec un petit livre de la taille d’un paquet de cigarette, que j’ai commencé à lire au hasard – une page, deux... et, tout de suite, cette merveille : Tu es plus belle que le ciel et la mer Quand tu aimes il faut partir Quitte ta femme quitte ton enfant Quitte ton ami quitte ton amie Quitte ton amante quitte ton amant Quand tu aimes il faut partir Le monde est plein de nègres et de négresses Des femmes des hommes des hommes des femmes Regarde les beaux magasins Ce fiacre cet homme cette femme ce fiacre Et toutes les belles marchandises II y a l'air il y a le vent Les m...