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Mostrando postagens com o rótulo Crianças

ATAQUE NUCLEAR!

(Explosão nuclear foto OTAN)          Neste mundo em que você chama o ladrão e vem a polícia e vice-versa, não há mais lugar para filosofia, o jeito é apelar para os videogames e suas soluções radicais – bem melhor do que pedir asilo em Disneyworld, além de muito mais barato. Onde tudo é fantasia, o maravilhoso e o horrível se juntam e não há nenhuma surpresa quando o jogo acaba em ataque nuclear!             Vou falar de Fallout, uma terra sem lei, onde os humanos remanescentes da hecatombe lutam com máquinas as mais diversas, algumas até mesmo mais inteligentes do que eles, além de insetos resultantes de mutações genéticas, como as baratas radioativas. Essas últimas são terríveis, devoram matéria orgânica e metal com o mesmo apetite. Para eliminá-las é necessária munição suficiente para matar dezenas de zumbis, outros inimigos dos quais é preciso se defender. Os zumbis se nutrem de cérebros humanos, portanto, cuidado! Acumule vidas e energia suficientes para enfrentá-los,

VÔ & NETINHO

(Imagem: drang.com.br)             Não se trata de uma nova dupla caipira, mas sim dos próprios, os inomináveis, harmonicamente divergentes e radicalmente concordes, deslocados deste mundo como peixes na areia do deserto. No café da manhã, e mesmo antes:             - Filho, café!             - Já vou!             - Por que ligou esse tablet? Vem logo!             Cinco minutos depois:             - Filho, já falei dez vezes! Vem tomar café!             - Dois minutinhos...             - Agora!             E o vô:             - Seu Leimar, o café está pronto!             - Hã?!...             - Café da manhã!             - Tô no banheiro lavando as mãos.             - Isso aí é o vaso!             - Hã?!...             Cinco minutos depois:             - Seu Leimar, vem tomar café!             - Tô esperando.             - Na garagem?             - Hã?!...             Por um feliz acaso, avô, neto e pais se encontram à mesa:         

INDEPENDÊNCIA DE MORTE!

(Imagem: www.memorialculturalunaí.blogspot.com)             Quase véspera do dia 7 de setembro, a fessora Juliana perguntou à turma do 5º ano:             - Por que segunda-feira que vem é feriado?             Juquinha levantou a mão:             - É porque meu pai disse que temos que ir no sítio da vovó fazer um churrasco e eu vou montar a cavalo e ir passear no córrego...             - Buuuuu!   Nerd apelão!             - Gabriel, o que comemoramos em 7 de setembro?             Gabrielzinho ficou no aperto, tinham-se passado duas semanas da prova e ele agora confundia as datas. Arriscou com um fio de voz:             - Proclamação da República?             - Quá! Quá! Quá!...             - Silêncio! tia Juliana começou a ficar inquieta. Alguém conversou com os pais a respeito?             Ivan, o terrível, se apresentou:             - Falei com minha mãe, ela disse que não podemos comemorar nada ainda porque temos que economizar para a viagem à Disney

BRASIL FUTEBOL CLUBE

(imagem: focusfoto.com.br)             Naquela época, a televisão ainda engatinhava e o rádio era o grande meio de comunicação de massa. Jornais não havia no lugar e, se houvesse, faltariam leitores. Cinema, só mesmo o que os meninos inventavam, uma película de plástico, recortada e colada em tirinhas, sobre a qual se desenhavam, a caneta esferográfica, aventuras dos heróis das fitas de cowboy. Entrada: 10 palitinhos de fósforo. Ainda assim havia filas. Quando a Copa do Mundo começou, as transmissões soavam distantes, pareciam vozes de outras galáxias ecoando através do espaço sideral. Nas ruas de terra batida, brincávamos, tentando imitar os lances contados e recontados pelos cronistas. Suprema democracia da infância: lado a lado jogavam Müller, Pelé e Bob Moore! As bolas de plástico já existiam, não precisávamos mais de bolas de meia. O único problema é que o plástico rompia-se facilmente em atrito com o chão áspero, quando a bola batia no arame farpado que cercav

PÁSSAROS ENGAIOLADOS

              Desci na Estação Châtelet, na Rive Droite, margem direita do Sena, com destino ao mercado de pássaros que tradicionalmente se abre aos domingos no centro de Paris. Eu havia decidido por uma abordagem mais prudente desde que, na véspera, levara uma carreira de umas putas dos lados do Boulevard Saint-Martin. Tudo porque eu, turista afoito, bati uma foto um tanto  à la legère , sem pensar. Eu Explico:             Na Rive Droite, bem pertinho do centro, tem uns bairros populares muito interessantes. Por ali se cruza com estudantes, operários, turistas e imigrantes de variada plumagem. À medida que eu subia a Rua Montorgueil, a paisagem mudava subitamente: ora uma profusão de restaurantes, ora um mercado popular, ora umas mulheres exóticas - clic, clic, clic. Inocentemente virei uma esquina e entrei numa rua onde se praticava a venda do corpo, ofício antigo. Havia mais tipos femininos à escolha do que verduras em uma feira: africanas que brilhavam como ébano, loir