Neste mundo em que você chama o
ladrão e vem a polícia e vice-versa, não há mais lugar para filosofia, o jeito
é apelar para os videogames e suas soluções radicais – bem melhor do que pedir
asilo em Disneyworld, além de muito mais barato. Onde tudo é fantasia, o maravilhoso e o
horrível se juntam e não há nenhuma surpresa quando o jogo acaba em ataque nuclear!
Vou
falar de Fallout, uma terra sem lei, onde os humanos remanescentes da hecatombe
lutam com máquinas as mais diversas, algumas até mesmo mais inteligentes do que
eles, além de insetos resultantes de mutações genéticas, como as baratas
radioativas. Essas últimas são terríveis, devoram matéria orgânica e metal com
o mesmo apetite. Para eliminá-las é necessária munição suficiente para matar
dezenas de zumbis, outros inimigos dos quais é preciso se defender. Os zumbis
se nutrem de cérebros humanos, portanto, cuidado! Acumule vidas e energia
suficientes para enfrentá-los, além de água, que é o bem mais escasso de
Fallout. O menino não titubeia quando enfrenta esses inimigos que nós adultos
nem sequer sonhamos existir: é ataque nuclear!
Nessa
terra de extremos, o ar puro desapareceu, tudo é brumoso, escuro e sufocante, você
pode ficar com o botim dos inimigos, geralmente armas e víveres, já que o que a
única coisa que conta mesmo é sobreviver. Mas você não deve carregar coisas
demais, senão vai ficar muito pesado e não conseguirá ir longe e os ratos
mutantes vão te pegar. Sim, ratos mutantes, espécie de camaleões do fim dos
tempos, predadores tão ou mais perigosos do que as baratas radioativas. Eles se
apropriam dos espólios dos antigos centros de decisão, do Pentágono, do hexágono
e do Quadrilátero Ferrífero. Devoram todos os computadores (têm predileção
especial por circuitos integrados e memórias virtuais), os estoques de ouro e
dólar e, quando essas pestes comem moedas, ficam incontroláveis, incham-se e
podem até explodir, espalhando merda para todo lado, uma merda fedorenta e
tóxica. Para acabar com eles, só mesmo ataque nuclear!
(Imagem: www.sitespsu.edu) |
A estratégia ideal é
reabastecer-se de tempos em tempos. E cada lugar é outra história, novas
armadilhas e obstáculos. Se você encontrar soldados do exército dos Spacebugs,
prepare-se! Eles têm miniguns e raio-lasers e pretendem ocupar todos os postos
chaves dos terráqueos. Isso mesmo, você leu bem, o exército dos Spacebugs veio
de outra galáxia e está explorando nosso planeta desolado com a mesma intenção
que você: encontrar meios possíveis de derrotar uma miríade de criaturas
monstruosas e máquinas maníacas e restabelecer as bases da civilização em nosso
planeta. Se um deles te eliminar, vai ficar com sua personalidade e sua
aparência, portanto poderá se fazer passar por um humano. Geralmente eles fazem
você gastar toda sua munição antes de te pegar. A única solução eficaz contra o
exército dos Spacebugs é: ataque nuclear!
É cada um por si e o acaso
contra todos: você precisa usar máscara de oxigênio para respirar e ainda – sob
pena de perder suas vidas rapidamente - reconhecer os pontos de captura de
balões de oxigênio através da sua PNU ou Personal Navigation Unit, ou pode
ficar com o oxigênio de algum inimigo eliminado, isto é, algum humano extraviado,
porque as máquinas e os infames ETs não precisam disso, hehehe! Se, no final,
sobrar vidas e imaginação, procure construir uma nave espacial sem demora, como
todos os sobreviventes dessa época tardia são capazes de fazer: vá reunindo as
partes, tanques de combustível, foguete e cápsula em algum hangar protegido (há
pouquíssimos disponíveis, é preciso contar com a sorte), porque na hora H, não
há dúvida, será preciso abandonar o planeta e lançar-se em uma aventura pelo
espaço sideral – seu último gesto será dar adeus a esse monte de lixo vagando
pelo universo, antes que algum alienígena o elimine com um “ultimate”
(definitivo) ataque nuclear!
(Imagem: www.questgamingnetwork.com) |
©
Abrão Brito Lacerda
Abrão Brito Lacerda
20 01 16
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