Todo
mundo nasceu em algum lugar. Eu, por exemplo, nasci em Itarantim, um município do baixo
Jequitinhonha, na divisa da Bahia com Minas Gerais. Depois, fui registrado em
Salto da Divisa, juntamente com outros dois irmãos, pois meu pai registrava os
filhos de três em três. Meus irmãos mais velhos guardam boas lembranças da
Fazenda Gameleira, mas eu não tenho qualquer reminiscência de lá.
Não
fosse pela certidão de nascimento, eu nem saberia de onde vim. Assim como o
povo do Córrego dos Trabalhos, distrito de Ribeirão do Salto, município de
Itarantim, estado da Bahia não se dá conta que eu existo.
À
cata de minhas origens, fiz uma busca na web: aparece uma cidadezinha ao pé de
uma serra de granito, um lugar bucólico,
perfeito para uma viagem imaginária.
Como
tantos outros lugares do Brasil, o nome Itarantim vem do tupi-guarani, pois
“ita” significa pedra. Atualmente a serra que emoldura a cidade é chamada de
Serra de Três Pontas e oferece uma magnífica vista do topo. Num trajeto
imaginário, passamos por mata-burros e fazendas de gado, atravessamos um
córrego de águas escuras, depois caminhamos através das pedras. A vegetação é
formada por capim, bromélias e capoeiras.
A
parte final da escalada é bastante íngreme e acidentada, mas vale o esforço!
Daqui
de cima tenho uma vista magnífica da região. O rio Jequitinhonha está ao sul,
depois de muitas colinas. É para lá que corre o Ribeirão do Salto, do qual é
afluente o pequeno Córrego dos Trabalhos, que não está no mapa. O Ribeirão do
Salto serve de fronteira entre os estados de Bahia e Minas, captando afluentes
de ambos os lados, até depositar suas águas no leito do Rio Jequitinhonha, que se
encarrega de levá-las até o Oceano Atlântico, onde córrego, ribeirão e rio
viram mar.
Assim
é a vida.
©
27 08 16
Abrão Brito Lacerda
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