A
primavera aconteceu este ano, ao contrário dos dois anos anteriores, quando o
inverno se transmudou rapidamente em verão. Temos chuvas desde o final de
setembro e a natureza tropical está revigorada, exibindo seus melhores tons de
verde e amarelo, matizados com florações brancas, roxas, laranjas e vermelhas. Há
muita vegetação dentro da cidade, que tem a sorte de estar localizada entre
vales, numa região onde a cobertura vegetal deve ser mantida para
contrabalançar a poluição produzida pela indústria siderúrgica.
Em
Timóteo, há praças, corredores verdes, um lindo parque na montanha (Pico da Ana
Moura) e uma mata urbana (o Oikós), que
garantem à cidade uma boa qualidade do ar
e uma humidade atmosférica que nunca fica comprometida, mesmo durante os
meses mais secos do inverno. A diferença é notória quando se compara a situação
do município neste aspecto com, por exemplo, Belo Horizonte, localizada a
apenas 200 quilômetros de distância, onde a humidade pode chegar a níveis prejudiciais
em julho e agosto.
As
estações acontecem diferentemente a cada ano, embora exista um padrão climático
regular, determinado pelo dueto sol e chuva. Em geral, quando chove a
temperatura é amena e quando não faz muito calor. Quem sobrevive à canícula dos
meses de janeiro, fevereiro e março vê as primeiras frentes frias chegarem em
meados de abril na forma de ventos – que sopram sempre na direção leste-oeste,
consoante a rotação do planeta – e pequenas precipitações. Às vezes algumas
ventanias fazem redemoinhos nas ruas e derrubam algumas placas mal soldadas.
Passamos então ao purgatório, com noites frescas e dias rachando de sol.
Reserva florestal do Oikós, Timóteo, MG |
Abril
chama Maio e o tempo ameniza de vez, atingindo seu auge entre o fim do outono e
o início do inverno. As chuvas cessam, as manhãs registram entre 14 e 16 graus
e o céu é de uma limpidez cristalina. A partir de Julho a vegetação adquire um
tom cinza-marrom e fica em compasso de espera durante os imprevisíveis Agosto e
Setembro, dois meses temperamentais. Podem esquentar como fornalhas ou esfriar,
se alguma frente fria conseguir fazer o percurso da Antártica até aqui. No
final de setembro a natureza se põe em movimento mais uma vez, com as frentes
frias trazendo ventos e as primeiras chuvas da temporada.
A
primavera acontece tímida e cinzenta se as chuvas adiam sua chegada para
outubro ou até mesmo novembro ou exuberante e sedutora quando tudo obedece à
perfeição do pêndulo e a estação muda conforme o calendário. As plantas se
renovam, as flores brotam, insetos revoam e invadem a casa, pássaros ensaiam
longos cantos de acasalamento e não será surpresa se uma mamãe ou um papai
pardal ou bem-te-vi for espreitado na cozinha à cata de comida fácil para a
prole. No final de novembro e início de dezembro a fauna penada já deve estar
ensaiando os primeiros voos para fora do ninho para poder crescer na bonança
dos meses de verão.
Praça do bairro Novo Horizonte |
Início
de Dezembro é a melancolia de fim de ano, oculta sob o manto dos apelos
comerciais em torno do natal e do réveillon e rapidamente esquecida pelas
crianças, que só pensam na longa temporada de férias longe da escola. Nessa
época o mood do verão já estará
definido: será chuvoso e ameno ou seco e canicular. Entre os votos que se fazem
nos balanços de fim de ano e nas confraternizações consta o desejo silencioso
de sobreviver mais uma vez até o mês de abril, quando os primeiros refrescos chegarão
da Antártica.
A CIDADE VISTA DA CASA
Bairros Timirim e Funcionários |
Bairros Funcionários e Bromélias |
Encontre um burro na foto |
Bairro Garapa e Centro de Acesita |
A CASA VISTA DA CIDADE
Rua Miguel Maura, Bairro Garapa |
Garapa e Centro de Acesita vistos do Alto Serenata |
Garapa, Bromélias e Centro de Acesita vistos do Alto Serenata |
©
Abrão Brito Lacerda
03 12 16
Comentários
Postar um comentário
Gostaria de deixar um comentário?