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Belo Horizonte, vista do alto da Serra do Curral. A criação de um parque na área, projeto cuja execução se arrasta há vários anos, fechou o acesso ao logal e nos privou desta vista. |
Todos temos um forte sentido de pertencimento a um lugar, de uma origem ou pátria. Como nascemos e passamos a maior parte de nossas vidas na mesma localidade ou região, carregamos em nosso corpo e mente uma impressão do que (supostamente) somos.
Por outro lado, as transformações por que todos passamos, a mudança rápida da paisagem urbana e rural e o ritmo da adaptação a novos costumes e modos de vida destroem a cada dia nossa paisagem ideal.
Nosso local de origem é uma lembrança, uma imagem. Do mesmo modo que um belo lugar ou um momento singular são instantâneos, que fixamos com o recurso da fotografia.
Convido-os a uma viagem por Minas Gerais, em fotos de momentos diferentes. Alguns lugares sofreram a ação transformadora do progresso, outros ainda são os mesmos.
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MG - 262 entre Catas Altas e Santa Bárbara, antes do asfaltamento. Ao fundo, a Serra do Caraça. |
Acima, a estrada das minas, entre Catas Altas e Santa Bárbara, com a Serra do Caraça ao fundo. O solo ferroso, de coloração ocre a marrom impregna os calçados e a alma e é uma espécie de assinatura do lugar. Aqueles que andam a pé, compõem verdadeiras “tribos dos pés vermelhos”, que identificamos como nativos. Hoje a estrada é asfaltada, com o nome MG – 262.
A viagem de barco pela Lagoa do Bispo, Parque Estadual do Rio Doce, entre Timóteo e Dionísio, oferece uma vista narcísica do espelho d’água refletindo o céu.
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Espelho d'água da Lagoa do Bispo, Parque Estadual do Rio Doce, Timóteo, Marliéria e Dionísio.
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Outro dia, outras cores. |
A Cachoeira do Tabuleiro, em Conceição do Mato Dentro, nos saúda de longe e nos acompanha com o olhar até que cheguemos bem perto.
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Rose com Cachoeira do Tabuleiro ao fundo, Conceição do Mato Dentro. |
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Trata-se de uma das quedas mais altas de Minas. |
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Vista de perto, a cachoeira assusta, com vento, nevoeiro e neblina constante. |
A partir do Mirante da Serra, Belo Horizonte parece até tranquila. No entanto, lá embaixo, uma luta feroz se trava, por espaço e por dinheiro.
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Da Serra do Curral resta a parte mais íngreme, além da área do Parque das Mangabeiras, da Serra do Rola Moça e do Mirante, de onde esta foto foi tirada. |
Ouro Preto e Mariana mantêm o ar festivo o ano todo, mas têm um charme especial no inverno.
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Ouro Preto |
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Festival de Pipas em Mariana |
A cada visita a Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, na região do alto Jequitinhonha, nos perguntamos por quanto tempo permanecerão assim. Sorte diferente teve Lavras Novas, no município de Ouro Preto, onde o gramado deu lugar a um duro calçamento, construído para dar melhor fluxo aos carros.
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Milho Verde lembra a vida pacata da época colonial |
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São Gonçalo do Rio Abaixo, próximo a Diamantina. Um lugar bucólico, perdido num canto de mundo. |
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Lavras Novas, município de Ouro Preto, numa foto que não existe mais. O gramado deu lugar a um grosseiro calçamento, para melhor acomodar os carros |
Abaixo, Governador Valadares, visto do Mirante do Ibituruna. A região do pico, bem preservada, contrasta totalmente com a cidade embaixo, de intensa atividade mercantil. O pico é um obstáculo natural à ocupação humana, enquanto a baixada é ocupada desordenadamente. Aos poucos as encostas e montanhas vão sendo também incorporadas à malha urbana, sob a força inexorável do “progresso”, como na região metropolitana da capital.
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Pista de vôo livre, Pico do Ibituruna, Governador Valadares. |
De São Tomé das Letras, abaixo, resta a parte alta da cidade, com a vista do vale que se descortina do outro lado. A exploração da pedra que dá nome à cidade, transformou a paisagem em terra lunar. Mauá preserva melhor o patrimônio natural, devido à proximidade do parque do Pico do Itatiaia.
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São Tomé das Letras foi "descoberta" pelos hippies e depois pelos místicos. |
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Mauá, bem protegida pelas montanhas e pela mata tropical. |
O Inhotim em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, se propõe a recriar a paisagem enquanto suporte artístico e recurso turístico.
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Inhotim, município de Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A paisagem recriada. |
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Do Inhotim se dizem grandes coisas, sobretudo na mídia. Mas é uma iniciativa modesta, embora louvável de integrar a arte a um meio natural especialmente preparado. |
Uma cidadezinha entre neblina,
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Catas Altas, com a Serra do Caraça ao fundo. |
Um ar besta do interior,
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São Gonçalo do Rio das Pedras, alto Jequitinhonha |
Uma cachoeira num dia de sol,
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Uma das tantas cachoeiras da Serra do Cipó, a 100 km de Belo Horizonte. |
Uma parte clara, outra escura,
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Pico da Ana Moura, Timóteo, Vale do Aço. |
Um retorno ao que deveria sempre existir, mas sofre a ação do tempo como tudo o mais,
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Chapada de Santana, município de Ouro Preto. |
Um vazio preenchido por vozes de pedra,
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Estátua de Juquinha, o "Guardião da Serra", no planalto da Serra do Cipó. |
"Pra lá é Minas", disse um amigo num poema, "conheço seus campos, seu cheiro de montanhas, seus gosto de saudades." Pode chamar que eu vou.
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Represa da antiga Alcan, Chapada de Santana, Município de Ouro Preto. |
Um mergulho sem medo, como deve ser a vida.
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Abrão Brito Lacerda
Você pratica o Budismo de Nitiren Daishonin? Procuro alguém que more em Ouro Pretp/MG. Pertenço a RM Artur Alvim e agora estudo na UFOP.
ResponderExcluirMeu nome: Gabriela Moreira do Nascimento.
e-mail ganas@ig.com.br