Os linguistas são seres raros, desses que dissecam a língua como se fosse um porquinho da índia em um experimento de laboratório. Usam termos difíceis, próprios aos alquimistas (não tenho certeza, mas a verdade é que conheço linguística tanto quanto alquimia). Você pensaria que estão falando para extraterrestres, até descobrir que está por fora da língua pátria e confundiria um chiste com um uptaken, a ponto de não entender a graça que o doutor João Batista Martins aprontou desta vez. Primeiro ele fez um doutorando no tema, usou geometria, os signos semiológicos do Barthes, o idealismo de Platão e outras mumunhas para falar de sua obsessão pelo humor enquanto linguagem. Mas, na refrega diária de um professor de escola pública, sobra pouco tempo para aventuras. Quando os alunos perdem o hábito do palavrão e buscam algo mais produtivo, como o discurso criativo ou o uso correto dos pronomes oblíquos, já é uma vitória. Essa praticidade, aprendida a duras penas
O trabalho virtual não é essencialmente diferente daquele realizado presencialmente. As mudanças são mais de forma, como, por exemplo, com o uso das novas ferramentas. No caso dos cursos particulares de idiomas, tão importantes para a formação otimizada de um vasto público que vai de crianças a chefes de empresas, a passagem ao virtual acrescenta vantagens que compensam qualquer outra perda. Contudo, mesmo depois do Covid-19 e do enorme avanço das atividades em linha, ainda persistem dúvidas quanto a eficiência de um curso de línguas nesta modalidade. Do ponto de vista prático, o que é a aprendizagem senão uma repetição de modelos que, pela força do hábito, acabam sendo assimilados, a ponto de se tornarem automáticos e naturais? A autoexpressão, no que ela implica de desenvolvimento de um estilo pessoal, só desabrocha a partir dos níveis mais avançados. Basta nos lembrarmos de como as crianças imitam os adultos e como aprendemos a nossa própria língua, a