(Traipu, AL, terra de Luiz Vieira, que me contou esta história.) Escreveu não leu o pau comeu, no Nordeste não tem disso não. Na vila de Escorial, às margens do Rio São Francisco, a vida corria tranquila naqueles idos de 1960. Os únicos eventos extraordinários eram o encalhe de uma barca na rota para Piranhas e as datas do calendário católico, celebradas com pompa e fervor. Dia de São Miguel, Dia de São Pedro (o padroeiro da cidade), Festa de Bom Jesus dos Navegantes. Sobre as águas mansas do grande rio circulavam barcos, cholas (canoas de médio porte, capacidade até 300 sacos), canoas de pescadores e, sobretudo, canoas de toldo ao velho estilo, algumas capazes de transportar até 600 sacos ou 36 toneladas. A cultura ribeirinha aflorava nos cânticos dos condutores das balsas e nos bailes de coco, com sua mescla de música e dança. Todos se alegravam, inclusive os meninos. De modo gracioso ou perverso, como ...