Diferentemente de seus outros livros, desta vez o Abrão Lacerda, como o observador da natureza humana que é – esteja ela nos objetos, nos animais, na natureza e, pasmem, nos humanos – o monge budista que nele habita, não inventa, desta vez, personagens. Ele, com esse senso de quem filosofa sentindo e escreve como não quer ensinar, mas quer, prepare senso e sensibilidade para sofisticações dessas. E tudo isso é novo na obra desse autor que transmuta a narratividade a cada novo livro - que inicialmente, no livro Vento Sul, usou de um narrador criança de roça e sua cidade de bolso dessas do interior, naquela mágica idade entre 10 e 13 anos, no tempo mágico da molecagem, entre a criancice e a pré-adolescência e contando com praças, quintais, lagos e riachos. Quem obteve essa graça de viver tempos assim numa pacata cidade do interior ou numa casa de roça e de fazenda sabe que i...