(Imagem: www.peterexpress.or) Cândido Pierrot atravessou o deserto em lombo de camelo no intuito de reencontrar o grande amigo de infância, que tinha resolvido trocar o sertão pela Arábia. A marcha dura do dromedário, o sol implacável, a desconfiança dos beduínos, nada o desencorajou. Após dias de viagem, chegou a um oásis onde brotava água fresca e as tâmaras frutificavam em abundância. Mas os guardas da tribo, ao vê-lo sem túnica e turbante, tomaram-no por um espião, prenderam-no e levaram-no ao chefe. - Que fazes aqui, galego? Espionando nossas fêmeas? – indagou o xeique, batendo com o cajado de osso de camelo no chão. Pierrot ergueu os olhos discretamente. O xeique estava sentado em um trono de madeira coberto com pelo de camelo. “Tofu”, pensou. “Se não encontrar um álibi convincente, serei servido no repasto da noi...