Foto de Sérgio Gadelha Era um tipo mediano, de cabelos grisalhos, aparados à altura das orelhas e densa barba descendo em “v”. Mas sua constituição era robusta: mãos calejadas, músculos fortes e pés de andarilho. O nariz era grande, desses que sempre chegam antes do corpo, e a boca, velada, de cujo antro partiriam provérbios enigmáticos: “Quem vive na serra, tem gosto de terra.” “Todo homem deve criar um deus a sua imagem e semelhança.” Seus hábitos, embora simples como os de um monge, prestavam-se a toda sorte de especulações. As pessoas do lugar o conheciam como Dedeperre, Depa ou, simplesmente, Perre. Parece que, desprovido de parentes e derentes, havia removido qualquer traço de história do pr...