Kikuko tocando Koto (harpa japonesa), em 1973, ano de sua partida para o Brasil. O contraste entre luz e sombra, fundamental nas artes plásticas, oferece um notável meio de observação sobre a natureza da existência. Sabe-se que a luz é mais clara e a sombra é mais escura na proximidade do ponto em que se tocam no ângulo. Posicionadas lado a lado, uma ajuda a definir a outra, como seu contrário e seu complemento. Na filosofia budista, a luz (sol) e a escuridão (noite) são frequentemente usadas como metáforas dos estados fundamentais do ser. Assim, o termo “escuridão fundamental” designa o oposto da iluminação ou sabedoria búdica). Contrárias mas não excludentes, ao contrário, nerentes e inseparáveis, o que equivale dizer que não existe sabedoria sem ignorância e vice-versa. A prática budista visa, de um ponto de vista...